domingo, 27 de julho de 2008

parabéns pra você

Prole - ao menos em parte - de uma conversa:

Não é a primeira e, tenho certeza, não será a última vez que falamos do assunto, cada um com seu ponto de vista. O que importa mesmo é cada um entender a realidade do outro, sem ofender, sem machucar. Acho que é assim que a gente vai levando.

Uma leve curiosiadade foi notada por mim por essa sua semana. Estranho, não costumo me interessar por esses assuntos, você sabe. Meu amigo, outro dia, me disse que iria fazer um retiro espiritual e eu nem dei bola. Talvez seja você que consegue, sempre, me mostrar alguma coisa a mais, além de tudo que eu consigo ver.

Algumas atitudes suas, coisas que você fala, outras que você nem precisa, me fazem mesmo crer que você é uma daquelas lá de cima. Não achei que nesse ano, iria conhecer alguém assim, que mexesse assim com algumas de minhas idéias mais convictas. Acho que, pra falar a verdade, sequer estava procurando. Mesmo assim, você apareceu e, quem sabe, vai me mudando um pouquinho por dia. Não por influência, não por maldade, nem por impor seu ponto de vista. Apenas por ser esse o seu jeito de ser.

Quem sabe era mesmo para a gente se conhecer naquele momento. Não no primeiro contato que tivemos. Acho que você consegue se lembrar a primeira vez que eu senti algo mais forte em relação à você. E foi aí que percebi que você seria uma amiga de verdade. Trocando dores e confusos pensamentos nos percebemos... e desde então mativemos os laços nutrindo-os de companheirismo e cumplicidade.

Espero que, ao olharmos pra trás, lá na frente, lembremos nostalgicamente desses anos que passaremos juntos. Tenho certeza que conseguiremos somar mais lembranças boas do que todas as outras. Você é especial para qualquer um que te conheça direito. Já é especial pra mim, só espero te conhecer melhor. O tempo, tenho certeza, dará conta disso, mas nem por isso estou menos ansioso.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

dicionário concreto


Foto: Jessica Grant

Afinação.
Afim de ação.
A fim de ação.
O fim da ação.
O fim da nação.
O fim da noção.
A moção, comoção.
Emoção.
Novação, nova ação.
Inovação.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

how can you...?

para os que tem sempre esse alguém...

sábado, 19 de julho de 2008

Intacto

Trancado e fechado,
ele estava no chão...
e olhou para cima
não conseguia se mexer
abaixo, estava sua única solução,
sua impossível solução
seu desejo era de entrar pelo ralo
a água lavava sua alma,
mas seu corpo continuava sujo
querendo ver estrelas
ele viu apenas pó e sofrimento
não queria sair de lá
criando coragem, ele gira seu pulso
um vento gelado corre pelo seu corpo
ele se arrepende, mas continua
vai ter de, finalmente,
encarar o mundo de novo
trancado e fechado,
foi a hora mais livre de sua vida

(escrito em algum dia de 2006)

terça-feira, 8 de julho de 2008

hoje

- 30 horas sem dormir
- rodoviária
- um champagne esperando para ser aberto, e nada
- aonde estará o esperado?
- ligação de celular
- não, não pode ser...
- "ele não vem, volta com a mãe dele direto de campinas"
- na hora, um sentimento um pouco ruim (superado rapidamente)
- o cara nem sabe que perdeu a surpresa (obviamente...era surpresa)
- comida: café da manhã
- tlec, tlec, tlec
- pneu estourado
- "que da hora!!"... "tá bom, desculpa"
- graxa; mãos sujas; todo mundo pára e dá uma olhada
- "será que foi?"
- "se o carro andar, já tá bom", "ufa"
- terra, terra...
- farmácia... vamos comprar um remédio... "é, não tem aqui"
- chegando em casa: cama, direto
- sonhos estranhos
- 17 horas: "vai pra padaria, comprar pão e leite, por favor?"
- tchekhov
- computador
- agora.

domingo, 6 de julho de 2008

carta ao arquiteto

Você pode dizer tudo isso que está escrito aí, pode até achar que seja assim mesmo que as coisas acontecem. Eu mesmo sou um pouco assim.

Mas será que você não foi precipitado? Despejou, meio que sem perceber, seus sentimentos de uma vez só? Não o culpo, jamais faria isso. Tento apenas te mostrar um outro lado, quem sabe um antigo lado da história, o qual você certamente já pertenceu.

Digo isso simplesmente pelo fato de que, ao olhar pra você e para suas atitudes, conseguimos até mudar de idéia; pensar que algumas de nossas ações podem realmente mudar o Mundo. Ações essas, que vão desde tentar ajudar um amigo até buscar naquele cantinho um papel que ficou pra trás e caminhar com ele durante vários minutos só para jogá-lo em uma lixeira. Não sei se você entende meu ponto de vista.

Eu também me sinto pequeno, às vezes, perto da grandeza e da importância de outros acontecimentos, de outras experiências. Me sinto incapaz, acho que o meu "controle (...) é tão inútil perto do Mundo". É difícil entender; difícil até acreditar, quem sabe. Cada um possui seu próprio Mundo.

Você mesmo sabe a importância que demos aos acontecimentos recentes e, de fato, extremamente semelhantes que passamos. Podem falar que sou egoísta, sem coração, sem piedade. Tem muita gente passando por coisa muito pior por aí, mas não é por isso que devemos viver menos, dar menos atenção para ou menosprezar o que acontece a cada um de nós. Afinal, estamos aqui para isso: viver.

Mas somos sempre inconstantes. E isso percebo a cada dia. Acabo de refutar pelo menos três de meus pensamentos efêmeros. Quem sabe seja você seja o responsável por isso. Não acho que melhorei nem piorei minha maneira de ver as coisas. Ela é minha, só isso. Não deve ser julgada, muito menos por mim.

Quanto ao controle que temos, ou melhor, que não temos: não acho que seja necessário. Acho que aprendi que, pelo menos
algumas vezes, é melhor não sabermos o que vai acontecer, não tentarmos imaginar o futuro, não fazer planos. Foi difícil eu aprender e é difícil de manter essa opinião, a cada dia. Mas é o que aquele Mundo, que não é o nosso, nos faz pensar sobre ele. Pobre dele, mal sabe que temos nosso Próprio. Ele pode ser frágil, mas é nosso.

E sim, sei que muitos tem opiniões diferentes, mas dessa vez... ficarei com a minha.