segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O que é Jodorowsky?

Assistam antes: The Holy Mountain - um comentário de um leigo, sem pesquisa alguma, apontando algumas impressões momentâneas

Religião, Sexo, Cultura, Comportamento, Inovação.

Tudo em uma montanha russa, indo de cima para baixo, para os lados, acelerando e brecando bruscamente. Tudo misturando em um grande caldeirão, formando uma receita um tanto doce, amarga, picante e azeda ao mesmo tempo. O que seria aquilo? Como o mundo recebeu tudo isso em 1973?

35 anos depois e ainda há um impacto enorme nos espectadores: The Holy Mountain, em português A Montanha Sagrada de Alejandro Jodorowsky. Será que todas as cenas, costuradas de maneira cirúrgica, com precisão, devem fazer sentido? Temos que abrir a mente ainda mais para desvendar todos os mistérios?

A negação da religião se dá pelo apedrejamento de um Cristo? Suas cópias podem ser vendidas, mas o que acontece com o original? Alguém realmente o conhece? Talvez nem ele mesmo consiga se explicar; talvez ele coma seu próprio rosto.

O que seria a humanidade? Um bando de sapos e lagartos? Cruz e espada aliados, confundidos com divindades, invadindo, matando, explodindo, escravizando um novo continente? A semelhança dos animais com nós mesmos é explícita.

"Você é um excremento", diz o Alquimista. Na verdade ele diz isso para todos nós. Somos todos excrementos. Mesmo assim, podemos nos transformar em ouro. Mas afinal, de que vale o ouro? O ouro seria o que gostaríamos de ser? Alguns desejos, sonhos, talvez. Ou apenas a merda seja aquilo que não queremos ser, que rejeitamos.

A beleza é padronizada; criação de um cego, surdo, mudo. Cada um tenta a unicidade por meios iguais. Todos acabam se tornando um mesmo rosto bonitinho, mesmo que cada um seja único. É uma tentativa de enganação. É disso que uma sociedade precisa para ser feliz, para se valorizar?

Jatos de tinta vermelhos lançados ao ar. Mangueiras apontam para os indefesos e logo depois, estão eles agonizando, ao chão, manchados. Os pássaros voam de dentro das vítimas. Seriam as almas?

Nem fazendo milagres, Jesus conseguiu salvar a humanidade? Vários pães, multiplicados: as crianças lutam para agarrá-los. Então o que resta de nós? Apenas a ganância, mesmo demonstrada por crianças, símbolo de pureza e ingenuidade?

O sexo não é tabu. Sexualidade destilada. Até a montanha provoca um orgasmo.

Ao tentar nos aproximar da perfeição, das divindades, apenas estamos nos tornando mais humanos, então? Por tudo que passaram, os habitantes de todos os planetas apenas humanizaram e mortalizaram o imortal. O que seria imortal, então? A própria tentativa de atingir o eterno, talvez?

5 comentários:

Tory Oliveira disse...

Então o filme brisa era bom, afinal. =)

Anônimo disse...

É um filmão mesmo. Meio metido a besta, mas isso é que é legal.

Anônimo disse...

er... nao entendi quase nada. aliás, desisti no meio. mas era esse o filme do comentário do meu blog? eu já ouvi isso, mas nao lembro de nada. como num sonho. (meeeeeeeeeeedo)

Anônimo disse...

tá, preciso fazer um comentario religioso.
O Ziel Machado uma vez disse algo que eu concordei muito, e aqui explico junto com adiçoes minhas.
primeiro, "humano" tem dois significados, o humano original (bom, imortal, amoroso) e o caído (ruim, enganador). Levando em conta o primeiro sentido, Jesus nada mais é do que Deus que teve de vir à Terra pra trazer a humanidade de volta. Um Deus que se fez humano pra nos lembrar o que é isso. Ao aproximarmos de Deus, restauramos nossa humanidade.
Já te falei isso, nao?

Bruno Guerrero disse...

Sim, e acho que é um pouco disso que o filme tenta passar! ;)

Mas segundo o ricardo, o filme tem muitos toques do budismo.

Então, na verdade só vai dar pra entender quem já viu o filme! hehe