não é a ausência de luz que esconde as cores.
nem é de casa feito um lar.
a idade que me separa dele, sim, é seu oposto.
e com esse gosto
hay que seguir.
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
a folha que arranquei do meu caderno
é impossível o dia não te perceber,
o sol toca teu rosto.
mas em pouco vem a lua, brigando,
implorando por sua atenção em sua luz azul
que te deixa ainda mais interessante.
o sol toca teu rosto.
mas em pouco vem a lua, brigando,
implorando por sua atenção em sua luz azul
que te deixa ainda mais interessante.
quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
sonho
me diz o que que há com você.
confia em mim.
não é só no mundo real que a gente vive.
eu estou muito mais vivo em qualquer outro lugar.
e você sabe onde é.
só que viver um sonho tem o problema da gente sempre acordar.
e eu só queria acordar e ter você ali, como sempre esteve no seu e no meu desejo.
segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
Sobre a impossibilidade de criar algo lindo
Em alguns minutos minha vida mudou. O
mais rotineiro dos dias sofreu uma mutação. Um simples vídeo feito
por uma amiga com um pouco mais de cotidiano me fez perceber o quanto
cada momento é especial. A minha vida de hoje mudou.
Eu sempre quis fazer esse tipo de
coisa. Eu tentei não criar nada de um ponto de vida artístico.
Tentei viver uma arte. E, como toda arte, a vida também quebra. Eu
falhei.
Chorei muito. Agora. Continuo, até. A
coisa mais linda que me aconteceu. Eu aprendi muito. Acho que não
aguentava mais aprender. Dói. Crescer dói.
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
Maldito Locke
Ele estava sozinho em sua
casa, trancado já há muito tempo. "Simulando um apocalipse
zumbi em minha vida", escreveu. Tentava criar uma história decente
em seu computador enquanto as janelas do facebook saltavam como
grilos e piscavam como vagalumes. A atenção no foco principal era
retirada de segundos em segundos. Mas agora que eu me lembro bem, a
casa não era dele. Ele só
pagava um aluguel com um dinheiro que os pais – aí sim, dele
– davam de presente. É estranho pensar que os filhos são donos de
seus próprios pais.
Te
juro que estoy intentando. Y ni siquiera así yo consigo. Tal vez yo
nunca tenga nacido para ese tipo de cosa y tenga que trabajar en una
oficina cualquiera. Muchas veces pienso que intento retardar la vida
mientras al mismo tiempo la ansia de abarcar toda esa plenitud me
consume. Y ya no tengo piso o norte. Es difícil ser feliz en Buenos
Aires.
As
companheiras já tinham saído da casa e ele estava sozinho. Não
faria muita diferença durante os últimos dias se elas ainda
estivessem em casa. Ele estaria isolado em seu casulo espacial,
tentando chegar em uma galáxia longe dali. Aí sim ele poderia olhar
pra cá e perceber as coisas que acontecem. O grande problema é que
nem dinheiro pra gasolina ele tinha. Teria que pedir: “Oi mãe, me
dá uns 5 milhões pra eu conseguir sair do planeta?” Pobre rico.
Nem as pernas eram dele. Não podiam obedecer o cérebro infectado
por tantas pressões internas e externas.
Que
mentira. Yo sé exactamente como hacer eso. El tema es que creo que
tengo un miedo enorme de saltar para afuera del círculo ese en que
siempre viví. Adentrar un espacio de prostitución, como todos
siempre tienen que estar. Yo veo alrededor y están todos ahí. Son
pocos los que luchan de verdad por tener lo que quieren. Ah, como yo
quisiera vivir en un mundo donde nadie es esclavo de nadie. No quiero
ser dueño de nadie. Quizás de nada. Y que nadie me tenga tampoco.
Pero para eso hay que luchar y siento que ya comieran mis ojos.
Malditos zombies sin voluntad. Me volvieron en un pedazo de carne
más.
segunda-feira, 3 de junho de 2013
a vez mais linda
Éramos dois
cada um em cada qual
em cada mundo em cada vez
Dávamos passos
separados pelo acaso
pelo peso do teu pé descalço
que levava a gente
pra tocar
E foi
pra lá
que eu fui
Éramos dois
cada um em cada rua
em cada casa em uma
vez
Era uma vez
os dois juntados pelo acaso
pelos passos do teu pé
que levava a gente
a se tocar
E foi
pra cá
que você veio
E eu fui
e eu vim embora
pra perto e longe
de você
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Do porquê eu não consigo dizer que te amo
Eu nunca na minha vida podia imaginar que ela estaria exatamente assim hoje. E só tem um motivo. É sempre um motivo que leva a outro e outro e mais outro. É a origem de tudo, dentro do caos, que faz as coisas estarem na mais perfeita sintonia agora. É engraçado pensar que já estudei isso em filosofia: Condillac chama essa causa inicial de Deus. Pra mim faz muito sentido, já que cada um tem para si mesmo esse início de tudo.
Lá atrás, no tempo em que jamais pensava em me apaixonar desse jeito por alguém, pensei que queria fazer faculdade de jornalismo. Estudei para entrar numa universidade pública, mas não consegui. Passei mais um ano, acreditando que serviria para isso e não serviu. Não estava me sentindo mal ou incapaz. Mas também não imaginava que me traria aonde estou. Talvez por isso não estava triste naquela época. Conheci pessoas e me senti muitas coisas por várias mulheres desde aquela época. Tudo por ter decidido fazer faculdade de jornalismo, me parece.
Acreditei no amor, na cumplicidade e quase em pensar num futuro que nunca ia acontecer. E não aconteceu, por isso estou aqui. Sofri meus pequenos e grandes dramas pensando que as coisas aconteciam por um motivo. E as coisas começam a fazer cada vez mais sentido. Comecei a me apaixonar cada vez mais por qualquer produção audiovisual e decidi gravar aquele documentário. Você, na sua trilha que eu ainda pouco sei e que me esforço a cada dia mais pra tentar te conhecer por inteira, foi ensaiando passos com seu jeito único de ser. E esse certo deus é o motivo. O motivo que nos juntou naquela quadra de colégio em que a gente trocou os primeiros olhares. Nem que fosse com uma câmera entre eles, pra evitar uma boba timidez que eu tinha. Esse mesmo motivo me levou pra longe e nem isso impediu a gente se conhecer melhor. Pelo contrário, pode até ter ajudado, como a gente já comentou.
Mas aonde a gente chegou
agora, tão longe, já não importa a distância física ou temporal.
Eu sinto que estou mais junto de você que nunca e não vão ser
muitos quilômetros ou compromissos que vão conseguir nos separar.
Eu estou em você agora, e você em mim. É difícil sentir tanto pra
poder pensar. Mas não tem como não pensar. Você está em mim em
emoção, em razão, com razão. E só penso em como poder te fazer
bem, te ver feliz e querer que suas coisas saiam certo pra que você
se sinta mais realizada dentro de você mesma. Eu admiro cada palavra
que sai da sua boca como uma obra de arte que me encanta. Cada parte
do seu corpo como se fosse extensão do meu. E cada propriedade sua
como se fosse lei universal.
Todas as poucas vezes que
a gente se encontrou, trocou olhares, carícias e salivas, foram
incríveis. Eu digo poucas só por querer que fossem mais. E cada vez
mais eu não consigo dizer que te amo. Porque não é igual a nada
que eu vivi ou experienciei. Você é uma dádiva nova que eu tenho
que aprender. Não entender e muito menos conseguir nomear todos
esses sentimentos que estão em mim e transbordam pra alcançar você
não me faz sentir mal; pelo contrário. Aí sim, dá pra dizer que
eu amo isso. Na minha própria e única concepção de amor que eu
nunca vou conseguir explicar.
A língua tem esse
problema de unir enquanto separa. Mas ficar do teu lado, não. É por
isso que eu quero cada vez mais você do meu lado, pra eu conseguir
te sentir e me expressar, demonstrar essa maravilha que a gente criou
juntos. E que a cada dia tem um tijolinho a mais, pronto pra
engrandecer isso tudo mais ainda. Cada dia quero te sentir, te
respirar e ter a experiência de completar uma coisa contigo. Pra daí
a gente poder aprender juntos uma língua nova, que a gente não
entende direito o que quer dizer cada coisa. E não vai importar a
palavra que a gente use, vai nomear exatamente o que a gente sente. E
isso é importante. Nessa língua que a gente não conhece o sentido
literal das palavras, a gente pode falar um pro outro o que só os
nossos corpos e mentes entendem: Je t’aime,
mon amour.
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